Igreja de São Lourenço
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A igreja de S. Lourenço,
virada a oriente e com cemitério anexo, foi fundada em 1321. Posteriormente, o
Bispo de Lisboa, D. João (IV) Afonso de Brito, ordenou a sua reconstrução e, em
1342, foi elevada à condição de igreja paroquial.
Há notícias de outras relevantes obras de remodelação no interior do templo em
1592 e em 1730, quando foi aplicado revestimento azulejar com cenas da vida de
São Lourenço, da autoria de Policarpo de Oliveira Bernardes. Nas Memórias
paroquiais datadas de 1758, há notícia de um quadro de altar de autoria de
Bento Coelho com a representação da Última Ceia, no altar-mor, onde também
havia as imagens da Virgem da Purificação e de São Lourenço, e de quatro
capelas laterais, na nave da igreja, dedicadas a Nossa Senhora do Rosário e ao
Santo Cristo, no lado da epístola, e às Almas e à Sagrada Família, no do
Evangelho.
Com o terramoto de 1755, a igreja sofreu grandes danos, principalmente na nave e foi reconstruída a expensas dos fregueses, tendo-lhe sido acrescentadas a torre sineira e a Casa do Despacho. Há registo de novas obras de recuperação em 1860 e em 1908, incluindo o arranjo do adro e a colocação do cruzeiro. O antigo cemitério de Carnide e os túmulos existentes no interior do templo foram transferidos, em 1869, para o novo Cemitério de Benfica. Encontram-se no adro, algumas lápides sepulcrais, estelas funerárias e cabeceiras de sepultura datadas dos séculos XV e XVI, entre as quais se destacam duas cabeceiras discodais, decoradas com cruz pátea nas faces principais, e fragmentos de tampos de campas rasas com as epígrafes em caracteres góticos ou de inspiração gótica.
A igreja foi encerrada em
1913, pelo que a sede da paróquia passou para a igreja de Nossa Senhora da Luz.
Durante o tempo em que esteve encerrada ao culto, os painéis azulejares foram
retirados e recolhidos pela Câmara Municipal, sendo conservados no depósito do
Museu da Cidade ou dispersos por vários lugares de Lisboa, nomeadamente nos
jardins das Amoreiras e do Palácio Galveias, no exterior da igreja de São
Miguel de Alfama, e na rua da Judiaria, também em Alfama.
Em 1987, a Direção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais deu início a
profundas obras de restauro que puseram a descoberto frescos nas paredes
laterais do interior da igreja e um ossário no chão da nave.
Em 1990, a igreja reabriu ao culto e, em 1993, foi colocado atrás do altar um
painel de autoria de Margarida Cepêda.
O edifício planta composta pela justaposição de dois retângulos, correspondendo o menor à abside e o maior à nave, definindo-se por uma volumetria simples com cobertura de duas águas. Adossada à nave, no alçado norte, a torre sineira tem secção quadrada, ventanas com arco de volta perfeita e cobertura bolbosa.
A fachada principal remata por empena triangular, sobrepujada por cruz no vértice. Sobre o portal de entrada, encontra-se um emblema com a grelha e a palma de martírio, atributos do orago S. Lourenço. Ao lado, existe uma pedra de armas, não identificada, com uma bota sobre uma nuvem e encimada por uma estrela de seis pontas.
Nas traseiras da igreja, virado para a entrada do recinto, ergue-se um cruzeiro de cantaria, composto por uma coluna de fuste liso e fino, encimada por cruz latina. A coluna assenta num pedestal quadrangular, com a seguinte inscrição: ANNO DE MDCCCVIII.
Atualmente, o espaço da igreja integra o Centro Paroquial de Carnide, que tem um centro de apoio para terceira idade e outras atividades de solidariedade social.
Texto retirado de: https://ecarnide.hypotheses.org/ig-s-lourenco
A igreja abriga também a nova capela de adoração perpétua, no espaço onde se situava o sacrário.